O Sentido da Vida


A luta do Bem contra o Mal?
Essa ideia está enraizada profundamente nesta humanidade que conhecemos hoje. Seja através de ensinos de diversas religiões, ou de ideologias políticas. E mesmo, até mais amplamente, através da cultura popular e das histórias contadas em filmes, livros, novelas.

Sem pensar muito no assunto e tomando isso como uma verdade absoluta, a imensa maioria da humanidade se deixa absorver por essa crença: - De que existe um inimigo, que é o Mal, que precisa ser combatido. E sem perceber, por essa característica comum entre os seres humanos que é não vigiar com atenção, é exatamente essa ideia que alimenta ódios, preconceitos, guerras, hostilidades sem fim. Porque nesse equívoco, projeta-se o mal sempre no outro. Assim acreditam e assim se tornam agentes do próprio mal que dizem combater.
Mas é compreensível esse engano. É fruto de jogar o jogo do mundo sem realmente buscar sua essência. Se deixar levar pela correnteza dos fatos, sem buscar a consciência que transcende o próprio ego.
Porque existe de fato um grande desafio Espiritual em nosso mundo, que é a vocação maior e finalmente o tal Sentido da Vida.

Sim, a Vida tem um Sentido. Ou seja, Ela tem um propósito, um significado e uma direção.



A Vida é a oportunidade de realizar o Amor


Tudo, a todo momento, é um chamado para se optar ou não pelo Amor. É uma decisão que cabe a todo ser humano, a todo instante. Escolher ou não o Caminho do Amor. 
Pode-se trabalhar com Amor, respirar com Amor, olhar com Amor, pensar com Amor. Fazer sexo com Amor. Comer com Amor. Servir com Amor. Falar com Amor. Criar os filhos com Amor.
OUVIR com Amor.
Mas é preciso estar atento. Consciência totalmente concentrada, forte e  iluminada.


Amor, amor, amor - repete Hariharanandaji, desde e até o Infinito. E explica: - O Amor é o mais importante.

E o Amor tem esse poder sublime da expansão. Uma semente de Amor, é uma árvore gigantesca que certamente um dia dará frutos, flores e abrigo. Não existe nada mais poderoso, belo e livre do que uma árvore de Amor.
No entanto, há um grande risco ao se falar do Amor. Que é o risco de ser hipócrita. Porque falar com Amor, não é absolutamente a mesma coisa que falar do Amor. Eu posso falar do Amor com Amor. Mas é possível falar do Amor sem Amor, e desembocar em hipocrisia. Não é incomum políticos, artistas e guias espirituais se utilizarem do discurso que fala em Amor para disfarçarem suas ambições pessoais de poder.
Porque o Amor só é realmente Amor quando é Verdade. Quando vem de dentro, do centro de nossa Alma. Quando nasce na origem de nossa própria existência. Sendo nossa existência, ela mesma, o próprio Amor. 

Então é por isso que nós precisamos da meditação. Porque em primeiro lugar precisamos nos conhecer plenamente. Perceber a variação sutil de nossos diferentes ritmos cardíacos, nossas diferentes formas de respirar, e como isso está diretamente ligado a nossos pensamentos e interpretações do mundo e de suas verdades transitórias. 
E então, simultaneamente, viver o mundo. Trabalhar, compartilhar, agir. Aprimorar cada vez mais cada um de nossos gestos, em seus menores detalhes, até que nos tornemos instrumentos de Amor. E esse é o Grande Prazer, a Imensa Alegria. Acordar para nosso potencial Divino e fazer a única e possível verdadeira revolução: A Revolução do Amor. O Sentido da Vida.

Combater o Mal NÃO é a mesma coisa do que Acordar para o Amor. São focos completamente diferentes e os resultados são igualmente opostos. Combater o Mal, mesmo que com a crença pessoal de que está se fazendo o Bem, é alimentar a crença no Mal. Ninguém tem o conhecimento completo de todos os fatores envolvidos no complexo jogo da Vida para afirmar o que é o Bem e o que é o Mal. E o único combate que podemos realizar, é combater a ignorância. E a única ignorância que podemos combater, é a nossa própria.
E fazemos isso buscando dentro de nós a luz amorosa que nos faz enxergar o Caminho da Vida, que é o Caminho do Amor. 


Com Amor,

Yogacharya Céu
3 de Fevereiro de 2013

2 comentários:

  1. Numa noite dessas tive um sonho.
    Nele um menino esfarrapado entrou em minha casa e eu o repreendi gritando alto o que ele queria ali. Isto, é algo que mexe muito comigo. Ser desrespeitado, ser invadido, ser feito de trouxa.
    O menino se assustou com a minha presença e ficou sem reação.
    Quando o observei por algum tempo naquele impasse, a indignação se transformou numa ternura tão grande e plena que me emociono ao lembrar. Disse ao menino: Po... voce só quer um pouco de carinho, né? Venha cá me dar um abraço... Nada de ruim vai te acontecer!
    E me vi com o menino no colo, abraçando-o forte imaginando que daquela forma, nenhum mal poderia lhe acontecer.
    ___


    Numa das atividades que participo na Essânia (Grupo de pesquisas Esotéricas do qual sou bastante ativo), uma preceptora disse que devemos chegar num alto nível de amor. Um amor que transcenderia as coisas do jeito que acontece por aqui. E que se um dia vermos nosso filho morto e ao lado dele o assassino, devemos cuidar do assassino com o mesmo amor que cuidaríamos do nosso filho.
    Ainda não tenho filhos, mas aquele sonho (o mais emocionante que já tive) me deu um vislumbre do que deve ser a sensação de ser pai. Cuidar do assassino do meu filho com amor? Eu pensaria há algum tempo. Hoje já vislumbro isso, pois sei que não existe isso de mal e bem.
    Claro, o amor não deve parar aí. Ele deve ir muito mais além do que isso mas essa situação do filho e do assassino me deu um referência.

    Foi um marco.

    Vou navegar por este blog aqui também.

    Um grande abraço, Céu

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Linda mensagem, Alex.
      Tanto a que veio pelo seu sonho, como a do seu grupo de estudos.
      Agradeço a visita e a bela participação. Forte abraço!

      Eliminar